Oswaldo: nova animação brasileira é boa pedida para pais e filhos nerds
- Igor Oliveira
- 16 de out. de 2017
- 3 min de leitura

Quem curte videogames e foi criança nos anos 80 e 90 certamente se identifica com a situação de ter que desligar o console pra ir pra escola, fazer lição de casa ou dormir. Os checkpoints amigáveis, hoje uma realidade mais que presente nos games, estavam longe de existir, e as histórias de amigos que deixavam o jogo ligado, na pausa, para ir à escola e não perder o ponto em que pararam, não são só lendas. Muita gente fez isso na época. A animação Oswaldo, que estreou no Cartoon Network na última quarta-feira, retoma esse gostinho de infância nerd sem deixar de falar com a geração atual de crianças.
Oswaldo é um pinguim de 12 anos que acredita ser gente, porque foi encontrado na praia quando era filhote e passou a viver com a família que o acolheu, espécie de Mogli às avessas. Entre suas preferências destacam-se pizzas, que literalmente devora, videogames, RPG e piadas de internet. O protagonista está sempre acompanhado dos amigos Leia e Tobias, e os três se aproximaram e se identificam porque entre eles cada um aceita a esquisitice do outro.
Pedro Eboli, criador da série, conta que a animação tem uma inspiração forte na sua infância, vivida nos anos 80 e 90 no Rio de Janeiro, embora as metáforas sejam universais, o que dá pra comprovar no primeiro episódio que foi ao ar na última quarta-feira, dia 11/10.

O trio de personagens vai a uma locadora de videogames. Tobias está vidrado na loja de aquarismo ao lado, mas Oswaldo e Leia entram em busca da próxima aventura eletrônica. Acidentalmente o menino pinguim abre uma porta secreta que guarda um jogo perigosíssimo, que está escondido pelo grau de vício em que acaba colocando o jogador. Depois de muita insistência com o balconista da locadora, Oswaldo consegue alugar o jogo, sob ameaça de entrar para uma lista de sócios banidos caso não devolva no prazo. As situações desencadeadas daí são hilárias.
Embora a locadora seja um elemento tipicamente oitentista (os jogos estão em cartuchos!), as crianças de hoje vão curtir e se identificar, já que as situações e os dilemas infantis são os mesmos de sempre. E esses dilemas são um outro barato da série: Oswaldo e sua turma tendem a superdimensionar o acontecimento mais trivial, e aí entra forte a criatividade do Birdo Studios e a vivência dos criadores de Oswaldo: ir à locadora de vidogames acaba virando uma grande aventura, tão emocionante quanto a do game que a turma vai escolher.
Nos próximos episódios veremos Oswaldo encarar mais um outro dilema tão comum às crianças de idade dele: ir à escola no começo do que na época chamávamos de ‘ginásio’. A adolescência não chegou ainda, mas nessa fase a gente sabe bem que não gosta de ser chamado de criança.

Conhecido principalmente pela criação do Vinicius e do Tom, mascotes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, o Birdo Studio produz atualmente 3 séries originais e está desenvolvendo vários projetos tanto no Brasil quanto fora. Oswaldo começou semana passada no Cartoon Network e terá episódios inéditos toda segunda feira às 20h15. No dia 29/10, estreia na TV Cultura, e será exibida por lá às 14h30, sempre aos domingos.
Assisti ao primeiro episódio com o meu filho, que tem 10 anos, e recomendo muito, sobretudo para pais e filhos nerds, mas não só. Certamente a animação vai agradar quem curte os outros conteúdos exibidos no CN na mesma faixa de horário, como Apenas um Show, Steven Universo e O Incrível Mundo de Gunball, todas essas prediletas aqui de casa. Pelo jeito, Oswaldo vai entrar pra esse panteão também.
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