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Quadrinhos Nacionais: Necronauta

  • Igor Oliveira
  • 31 de out. de 2017
  • 2 min de leitura

Toda terça feira é dia de quadrinho nacional aqui no HIPERTEXTOS. Projetos bacanas, boas histórias, e gente criativa que eu venho conhecendo ao longo dos últimos anos, já que resolvi me embrenhar nesse mundo também como criador. Espero que se divirtam o tanto quanto eu tenho me divertido.

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“Primeiramente, não sou ‘super’. Estou mais para o ‘supernatural’. Assim, o próprio Necronauta se define. O personagem foi criado pelo Danilo Beyruth e é publicado desde 2007. Sua missão é ajudar as pessoas que morrem e ficam num mundo intermediário entre o mundo dos vivos e o dos mortos, por conta de alguma pendência. Com ajuda de gadgets como o Necrodisco (seu transporte) e o Necrocinto de utilidades, mas principalmente com muita perspicácia, o herói leva essas pessoas a cumprirem sua jornada e descansarem em paz.


Em 2015 a Zarabatana Books, focada em quadrinhos e com um catálogo sensacional, lançou o volume Necronauta – O Soldado Assombrado e Outras Histórias, com 6 histórias publicadas anteriormente e mais uma inédita. 'O Soldado Assombrado', 'Assuntos de Família', 'Sagarmatha', 'No Fim do Túnel' e 'Bem-Vindo a Necrópolis' foram lançadas de forma independente pelo próprio autor, no melhor estilo ‘faça você mesmo’, com cópias em xerox, arte em preto e branco e capa colorida. 'Bagagem Emocional', a primeira totalmente em cores, foi feita por convite da Image Comics, para uma coletânea de novos talentos e trabalhos autorais, chamada Popgun #3. 'Pattern of Evil', a última do volume, é uma história inédita.

O maior barato do Necronauta é a possibilidade que Beyruth tem de trabalhar variados cenários e contextos. Sendo a morte um dos temas mais universais de todos, o Necronauta tem história pra contar. Outro ponto que chama a atenção é a sensibilidade e o cuidado com os temas em torno das causas das mortes. As almas que precisam ser salvas estão paradas nesse limbo intermediário ou por conta de alguma culpa, alguma maldade que fizeram em vida, ou até uma existência vazia. E as mensagens que a gente ouve do Necronauta são belíssimas. Tem o soldado atormentado porque o resto do pelotão morreu, um pai que abusava da filha, o explorador que quer chegar ao topo da montanha, e um acumulador que não construiu nada significativo em vida. As críticas são contundentes e bem explícitas, mas todo mundo merece descansar em paz.

Um segundo volume, Necronauta II – O Almanaque dos Mortos, lançado também pela Zarabatana, tem seis histórias inéditas, além de passatempos e uma galeria de desenhos do personagem na visão de outros dez artistas brasileiros. Hoje, com o sucesso de Beyruth nas histórias do Astronauta, pela coleção Graphic MSP, é difícil saber quando volta o Necronauta, mas com esses dois volumes dá pra se divertir bem, e porque não refletir também. O último trabalho do artista e roteirista é a graphic novel Dias de Horror, dentro do anuário 2017 da agência Chiaroscuro Studios. O projeto foi bem sucedido em campanha de financiamento coletivo no Catarse, tem roteiro de Beyruth e arte de mais de 50 profissionais.


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© 2017 Hipertextos por Igor Oliveira. Criado com Wix.com

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