Quadrinhos Nacionais: Syam
- Igor Oliveira
- 23 de jan. de 2018
- 2 min de leitura

Toda terça feira é dia de quadrinho nacional aqui no HIPERTEXTOS. Projetos bacanas, boas histórias, e gente criativa que eu venho conhecendo ao longo dos últimos anos, já que resolvi me embrenhar nesse mundo também como criador. Espero que se divirtam o tanto quanto eu tenho me divertido.
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O tempo é um futuro próximo. A não ser pelo que o primeiro recordatório da história nos conta, o que vemos é bem o nosso presente: dois caras sentados no banco de um parque, um centro urbano movimentado a lá Times Square. Mas o futuro proposto por Marcelo Bruzzesi (roteiro e letras), Rui Silveira (arte) e Rod Fernandes (cores) em Syam é um tanto diferente do que vivemos hoje, uma involução decorrente do tudo que o ser humano fez de pior a si mesmo.
Todos os seres humanos nascem com um câncer denominado Black Doom, que faz com que os bebês não sobrevivam mais que algumas horas. A empresa VSS Corp desenvolveu uma tecnologia para solucionar, paliativamente, o problema. Com o uso do Vitality Share System (VSS), duas crianças com o Black Doom em órgão diferentes, e nascidas na mesma hora, conseguem se manter vivas, uma suprindo o mal funcionamento do órgão da outra. Mas a solução é paliativa porque se uma das pessoas morrer a outra morre imediatamente. Por esse motivo seu syam é sempre um desconhecido, mantido em anonimato.
Nosso protagonista é Fabian, um assassino de aluguel que executa seus serviços descobrindo quem é o syam da pessoa que precisa matar. Fabian está cansado da vida de matador, e quer sossegar, viver uma vida nova com a esposa e o filho que está por vir. Mas King, seu empregador, tem uma oferta que Fabian não pode recusar: 50 milhões pra matar Noah Anthens, neto do criador do sistema VSS. Tudo muda, no entanto, quando Fabian descobre quem é o syam de Noah. Pra melhorar, King colocou vários outros matadores atrás da mesma recompensa.

A narrativa de Bruzzesi é bem ágil, pra ler em uma sentada só, e os desenhos de Silveira e as cores de Fernandes harmonizam com o que a gente está vendo. Destaco a paleta de cores na sequência em que Fabian conversa com King na boate, justamente pelo contraste em relação ao restante da história, quase toda contada em locações externas. A edição que li é a lançada pela editora do Instituto dos Quadrinhos (já falei deles por aqui), que tem a primeira parte da história e mais cinco narrativas curtas expandido a experiência, o que o autor chamou de ‘Mundo de Syam’. Todas muito boas. Antes dessa edição o trio tinha feito financiamento coletivo.
Tô aqui na espera do segundo volume, porque a história promete. Tem um baita gancho no final dessa primeira parte. Dá pra encontrar Syam na Amazon.
Até a semana que vem, e boa leitura pra vocês.
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